domingo, 16 de dezembro de 2007

Anomalia genética explica abortos espontâneos

Alterações genéticas do embrião são a principal causa dos abortos espontâneos, problema que afecta 12% das mulheres grávidas, sobretudo até ao terceiro mês de gestação. Segundo uma pesquisa desenvolvida pelo médico Saul Sachetti, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 51% dos embriões abortados naturalmente apresentam falhas nos cromossomas. Os resultados deste trabalho podem ajudar a orientar casais que querem ter filhos e já tiveram uma gravidez interrompida espontaneamente.


O cariótipo (conjunto de cromossomas) de 417 embriões e fetos abortados naturalmente foi estudado pela equipe de Sachetti. A análise do material era feita no máximo 48 horas após a colheita, período em que as células ainda se mantêm em actividade. O ciclo das células era interrompido na metáfase -- fase da divisão celular em que os cromossomas, em forma de X, estão bem condensados e ordenadamente dispostos no núcleo. O cariótipo era colocado sobre lâminas de vidro, tratados com corantes e observados ao microscópico.


Através da observação os cientistas notaram que os cromossomas apresentavam anomalias.
"Em casos de alterações genéticas, se a gravidez não fosse interrompida, nasceriam crianças com inúmeras deficiências", afirma Sachetti. "A maioria dos abortos espontâneos acontece quando fetos e, principalmente, embriões não têm condições de desenvolvimento adequado", diz o médico. "A selecção natural sempre aponta preferencialmente para o nascimento de crianças sãs."

Dos 292 cariótipos analisados com sucesso, 149 apresentavam alterações cromossómicas. Os cientistas encontraram apenas dois casos de anomalias estruturais, ou seja, a frequência das falhas numéricas foi significativamente maior.
É de notar também que as anomalias numéricas acontecem naturalmente sem outro factor por de trás, enquanto que 50% das anomalias estruturais são consequência de distúrbios relacionados com os pais. Ou seja, em caso de aborto espontâneo é importante estudar o cariótipo do feto ou embrião para numa futura gestação evitar estes problemas.



Decidi postar este artigo porque está relacionado com dois temas de estudo nas nossas aulas de Biologia, embriogénese e genética.
Concluo que ainda bem que é feita uma selecção natural pois, caso não fosse feita muitas crianças nasceriam c/deficiência... mesmo assim são já muitas as crianças com este tipo de problema... Como já disse em postagens e comentários anteriores,é realmente de evidenciar a evolução da ciência ao nível da genética porque está relacionada de uma forma muito forte com a saúde humana. E acho que já está bem premiada a investigação neste campo... vejam com o que estão relacionados os últimos prémios Nobel da Medicina.

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