terça-feira, 27 de novembro de 2007

1º banco de gâmetas em Portugal

A Universidade do Porto vai criar este ano o primeiro banco público de esperma e óvulos em Portugal ao qual poderão recorrer casais inférteis.

O especialista em medicina de reprodução laboratorial do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) Mário Sousa declara que já começaram as entrevistas a mulheres que se apresentaram como voluntárias para doar óvulos para o banco. Para a recolha de esperma ainda não começaram as entrevistas mas acontecerá num futuro próximo.

O arranque em pleno do banco está ainda dependente do aprovação do ministro da Saúde ao pagamento, pela Administração Regional de Saúde (ARS), dos encargos com as análises clínicas aos candidatos.

Os dadores candidatos serão sujeitos a rigorosos exames, quer a nível da história clínica pessoal e familiar quer de análises ao sangue.O banco excluirá à partida aqueles que apresentem factores de risco (consumo de tabaco, álcool ou drogas) ou tenham contraído vírus com as hepatites B e C ou o HIV.

A idade dos dadores é outros dos factores importantes... A margem indicativa, mas não exclusiva, pois depende de cada caso, é de 18 a 35 anos para as mulheres e 18 a 45 para os homens.

O casal receptor de óvulos doados terá um encargo de mil euros, dos quais 750 euros são para a dadora e 250 para suportar os custos do banco, enquanto se precisar apenas de sémen pagará 250 euros para custear os procedimentos. Conforme salientou o investigador, esta verba visa apenas custear o investimento feito pelo ICBAS e as despesas de manutenção, já que com a criação do banco não se pretende obter qualquer lucro.

Fonte: JN


Penso que isto é tudo ainda muito verde, até porque a informação na Internet escasseia.
Mas posso afirmar que antes de a última lei sobre a PMA ser aprovada era expressamente proibido o armazenamento de gâmetas para fins procriativos (bancos de gâmetas) e que nas clínicas portuguesas eram utilizado material genético dos espanhóis.
Estão alargados agora os horizontes aos casais inférteis portugueses (aparte: casais que sejam patrióticos pois só os patrióticos é que não vêem que mais uma vez o serviço é mais barato no país vizinho).

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Leite materno e QI do bebé

O leite materno está relacionado com o QI do bebé. É o que um novo estudo científico realizado no Instituto de Psiquiatria do King´s College London traz ao público!

Pesquisas demonstraram que os ácidos gordos presentes no leite humano podem influenciar o desenvolvimento cerebral. Utilizando esses dados como ponto de partida, um grupo de cientistas liderado pela equipa do Instituto referido resolveu investigar como a constituição das crianças interage com o leite materno a ponto de afectar sua inteligência.


Os resultados, publicados no Proceedings of the National Academy of Science USA, revelam que o aleitamento materno pode fazer variar o quociente de inteligência de um bebé se o recém-nascido possui uma versão específica de um gene, o FADS2 (sigla em inglês para Ácidos gordos desaturase 2), que afecta o processamento dos ácidos gordos.


Terrie Moffitt, professor de psiquiatria do King's College. “ A nossa sequência lógica do ambiente ao marcador genético permitiu-nos descobrir pela primeira vez a ligação entre o gene FADS2 e o QI, importante para a saúde da criança.”


O marcador genético a que Moffitt se refere está localizado no gene FADS2, que por sua vez apresenta duas variantes primárias. O novo estudo, que contou com 1.000 crianças neozelandesas na década de 70 (parte delas recebeu leite materno) e mais de duas mil crianças amamentadas que moravam no Reino Unido na metade da década de 90, revelou que 90% das participantes tinham pelo menos uma cópia da versão mais comum do FADS2, enquanto que 50% delas possuíam duas cópias.


“As crianças amamentadas obtiveram uma pontuação em média 3 pontos mais alta que a população no teste de Q.I., enquanto que aquelas que não receberam leite materno ficaram com 3 pontos a menos”, explica Moffitt. Por outras palavras, o aleitamento materno levou ao ganho de alguns pontos no Q.I... Portanto, a ausência de leite materno na alimentação de bebés com uma certa predisposição genética pode ter efeitos negativos para a inteligência.

Verdade ou não, vários fabricantes de leite para recém-nascidos passaram a aplicar uma dose extra de ácidos gordos no leite fabricado.




Sabendo que o desenvolvimento cerebral é um mecanismo que nos acompanha até à morte, sendo que nos primeiros anos esse desenvolvimento é mais acentuado, este estudo pode ter uma certa razão.
Mas dúvidas não há que o leite materno é essencial para o desenvolvimento a todos os níveis do bebé, desde nutricional, imunológico e como diz esta notícia, auxilia o desenvolvimento cerebral